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Comunidades Ribeirinho-Quilombola: discussão, resistência e ensino em tempos de pandemia
Ecilia Braga de Oliveira, Luis Paulo Carvalho Monteiro, Isabel Cristina Isabel Cristina França dos Santos Rodrigues, Zilca do Socorro Pontes Cristo, Driele Salazar Damasceno

Última alteração: 16-12-2020

Resumo


 

Resumo

Este artigo se articula à pesquisa de Mestrado Profissional em Letras em andamento que trata dos saberes cotidianos de alunos ribeirinho-quilombola (PROFLETRAS/UFPA) e às ações de Iniciação Científica (PIBIC/UFPA) desenvolvidas em uma escola pública de comunidade ribeirinha-quilombola na Amazônia paraense. Consideramos que as práticas socioculturais que chegam à escola favorecem os diálogos com os aspectos curriculares ampliando o repertório e a circulação pelos gêneros discursivos (escritos e orais). Isso significa inserir também a tradição oral que constitui a comunidade. Tais saberes precisam ser mobilizados e valorizados nos contextos escolares. Por isso, o acesso aos meios tecnológicos digitais nas comunidades ribeirinhas-quilombolas poderia motivar e garantir condições para que os alunos permaneçam na escola nesta fase de pandemia. Isso poderia refletir garantias básicas constitucionais que propiciem uma educação democratizada e de qualidade. Nesse contexto, como garantir o direito à educação da comunidade do campo? Assim, objetivamos analisar como os estudos decoloniais auxiliam na formação crítica de professores, tendo em vista uma educação emancipatória. A metodologia leva em consideração o caráter bibliográfico abrindo para uma dimensão empírica desenvolvida a partir das discussões em reuniões remotas, webinários, em função do distanciamento social proveniente do período de pandemia. Optamos pelos estudos de Freire (1979;1989; 1996) Fernandes (1996); Arruda (2009); Anjos (2006), Alves (2014) e Walsh (2013) que cooperam para uma perspectiva que enfrente a colonialidade, posto que o pensamento decolonial propõe a valorização dos diferentes conhecimentos de maneira ética, estética visibilizando sujeitos diversos e não apenas os valorizados pela tradição eurocêntrica. Dessa maneira, formação inicial e continuada de docentes na Amazônia são problematizadas em prol do processo de ensino e aprendizagem dos alunos nos diálogos com o cotidiano ampliar as maneiras de se construir o conhecimento.

 

Palavras-chave: Práticas socioculturais; Ribeirinho-quilombola; Decolonialidade



Referências


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