Após identificar um vácuo em estudos e pesquisas voltados para o trabalho com a literatura na Educação Básica, optei por me dedicar, no mestrado, à investigação da lacuna que há na abordagem do ensino de literatura nos anos finais do ensino fundamental. Meu objetivo principal é responder a seguinte questão: Qual é a proposta para o ensino da literatura em documentos oficiais e nas discussões teóricas contemporâneas? No entanto, neste trabalho em específico, o recorte é feito para atender ao viés descolonial. Assim, o estudo ocorre por meio da análise de documentos oficiais, entre eles, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o Currículo da Rede Estadual Paranaense (CREP), e de levantamento e análise de teóricos e estudiosos que se voltam ao ensino de literatura do 6º ao 9º ano. Entre esses estudiosos, as ideias mais comuns são: a literatura como força textual, sedutora, capaz de provocar a adesão e o despertar de sentidos múltiplos. Neste contexto, o professor como mediador será o responsável pela movimentação da literatura dentro das escolas, introduzindo no ambiente escolar obras variadas; para isso, ele deve ser um leitor, pois se não conhece os livros não poderá formar leitores. Assim sendo, as noções de emissor e receptor são repensadas como sujeitos dialógicos sociais devidamente inseridos na contemporaneidade da sociedade (Cademartori, 2012; tInOco, 2013; Cosson, 2019; Sales, 2017; Cechinel e sales, 2017). Como resultado, discuto o que os documentos oficiais e estudiosos contemplam acerca da descolonialidade no ensino da literatura. O trabalho contribui para uma reflexão sobre nossas atitudes, enquanto educadores no processo de não legitimar o ensino eurocêntrico na área da linguagem; aponta a necessidade de uma prática voltada à desconstrução de um ensino de literatura pelo viés descolonial.

Palavras-chave: BNCC; CREP; Descolonização; Ensino de Literatura.