Tupã - Sistema Online de Apoio a Eventos do CLAEC, Latinidades - Fórum Latino-Americano de Estudos Fronteiriços

Tamanho da fonte: 
ANÁLISE DECOLONIAL DAS APOSTILAS DE ARTE NO ENSINO FUNDAMENTAL: EUROCENTRISMO, SUBALTERNIZAÇÃO E A ARTE COMO TÉCNICA
Cleiton Rocha Vicentin, Débora Ribeiro

Última alteração: 16-12-2020

Resumo


 

O sistema apostilado é uma tendência crescente onde o Estado passa parte de suas responsabilidades para o setor privado. A finalidade da educação é convertida em prol do projeto neoliberal, pois as apostilas exercem controle sobre o currículo e a prática docente. Diante disso, neste artigo realizamos uma análise decolonial das apostilas de Arte do Ensino Fundamental II de um sistema apostilado. Concentramos nossa análise nas categorias da colonialidade, eurocentrismo, subalternização da população não norte-americana/europeia e na arte como técnica. Com base nisto, podemos afirmar que as apostilas analisadas excluem e desconsideram as expressões artísticas de grupos não hegemônicos, como negros, latino-americanos, indígenas, etc. Em contrapartida, defendemos que a construção de uma educação emancipadora deve partir dos conhecimentos produzidos por tais grupos, porque os mesmos não emanam dos centros de poder nem partem de perspectivas eurocêntricas ou colonizadoras.


Referências


 

ADRIÃO, Theresa; PERONI, Vera Maria Vidal. A educação pública e sua relação com o setor privado. Implicações para a democracia educacional. Revista Retratos da Escola, v. 3, n. 4, p. 107-116, jan./jun. 2009.

 

ADRIÃO; Theresa et. al. Uma modalidade peculiar de privatização da educação pública: a aquisição de “sistemas de ensino” por municípios paulistas. Educ. Soc., Campinas, v. 30, n. 108, p. 799-818, out. 2009.

 

AMORIM. Ivair Fernandes de. Reflexões críticas sobre os sistemas apostilados de ensino. 2008. 128f. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Estadual Paulista-UNESP. São Paulo, 2008.

 

BALLESTRIN, Luciana. América latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 11, mai./ago. 2013, p. 89-117.

 

BRITTO, Tatiana Feitosa. O livro didático, o mercado editorial e os sistemas de ensino apostilados. Centro de Estudos da Consultoria do Senado, Jun. 2011.

 

BUNZEN, Clecio. O antigo e o novo testamento: livro didático e apostila escolar. Ao pé da letra, v. 3, n. 1, p. 35-46, 2001.

 

CANDAU, Vera Maria Ferreira. Educación Intercultural Crítica: construyendo caminos. In: WALSH, Catherine. (Org.) Pedagogías decoloniales: prácticas insurgentes de resistir, (re)existir y (re)vivir Tomo I. Serie Pensamiento Decolonial. Equador: Abya Yala, 2013.

 

CASTRO-GÓMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramón. Prólogo. Giro decolonial, teoría crítica y pensamiento heterárquico. In: _____. (Org.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007.

 

CASTRO-GÓMEZ, Santiago. Decolonizando la universidad. La hybris del punto cero y el diálogo de saberes. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramón. (Orgs.). El Giro Decolonial: Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo Del Hombre Editores, 2007.

 

_____. La hybris del punto cero: ciencia, raza y ilustración en Nueva Granada (1750-1816). Bogotá: Editoral Pontificia Universidad Javeriana, 2005.

DUARTE, Pedro et. al. O que faz de uma obra um clássico? Revista Poiésis, n. 11, p. 191-213, nov. de 2008.

 

DUSSEL, Enrique. Europa, modernidad y eurocentrismo. In: LANDER, Edgardo. (Org.). La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas latinoamericanas. Buenos Aires: CLACSO, 2000.

 

FLORES, J. I. R. Re-instituyendo la investigación como transformadora: descolonizar la investigación educativa. In: MELO, A. de; TORRES, I. de J. E.; BONALS, L. P.; RIVAS, J. I. R. (Orgs.) Perspectivas decoloniais sobre la educación. Málaga; Guarapuava: Uma Editorial; Unicentro, 2019, p. 23-61.

 

FREIRE, Paulo. 2005. Pedagogia do oprimido. 42 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

_____. 1992. Pedagogia da esperança. Um reencontro com a pedagogia do oprimido. 4 ed. Paz e Terra: Rio de Janeiro.

 

GROSFOGUEL, Ramón. Descolonizando los universalismos occidentales: El pluri-versalismo transmoderno decolonial desde Aimé Césaire. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramón. (Orgs.) El Giro Decolonial: Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo Del Hombre Editores, 2007.

 

LANDER, Edgardo. Ciências sociais: Saberes coloniais e eurocêntricos. In: _____. (Org.) A colonialidade do Saber: Eurocentrismo e ciências sociais. Perspectiva-latino-americanas. Colección Sur Sur. Argentina, Buenos Aires: Clacso, 2005.

 

MALDONADO-TORRES, Nelson. Sobre la colonialidad del ser: contribuciones ao desarrollo de un concepto. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramón. (Org.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007.

 

MOTTA, Carlos Eduardo de Souza. Indústria cultural e o sistema apostilado: a lógica do capitalismo. Cadernos Cedes, n. 54, ago. 2001.

 

MOREIRA, Antonio F. B. SILVA, Tomaz Tadeu. Sociologia e teoria crítica do currículo: uma introdução. In: _____. (Org.). Currículo, cultura e sociedade. 6 ed., São Paulo: Cortez, 2002.

 

MIGNOLO, Walter. Desobediencia epistémica: retórica de la modernidad, lógica de la colonialidad y gramática de la descolonialidad. Argentina: Ediciones del signo, 2010.

PIERONI, Rodrigo Figueiredo. A expansão do ensino franqueado: um estudo de caso. Campinas. Unicamp, 1998.

 

QUIJANO, Anibal. Colonialidad del poder y clasificación social. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramón. (Orgs.) El Giro Decolonial: Reflexiones para una diversidad epistémica más allá Del capitalismo global. Bogotá: Siglo Del Hombre Editores, 2007.

______. Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina. In: LANDER, Edgardo. (Org.). La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas latinoamericanas. Buenos Aires: CLACSO, 2000.

 

RAMA, Maria Angela Gomez. As Representações do espaço nas Histórias em Quadrinhos do Gênero Super-Heróis: A Metrópole nas Aventuras de Batman. 2006. 131 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.

REIS, Natalia do Carmo. As relações étnico-raciais na formação inicial de pedagogos. 2018. 187f. Dissertação (Mestrado em Educação), Universidade Federal de São Carlos, Guarulhos, 2018.

 

SANTOS, Boaventura de Sousa. Epistemologías del Sur. Utopía y Praxis Latinoamericana. Nº54, jul.-set. 2011, p.17-39.

 

SANTOS, Boventura de Sousa. Descolonizar el saber, reinventar el poder. Uruguay, Montevideo: Ediciones Trilce, 2010.

 

SANTOS, Eliane. Arte. Coleção Callis, 6º ano. São Paulo: Editora Poliedro, 2019.

 

_____. Arte. Coleção Callis, 7º ano. São Paulo: Editora Poliedro, 2019.

 

_____.  Arte. Coleção Callis,  8º ano. São Paulo: Editora Poliedro, 2019.

 

_____.  Arte. Coleção Callis, 9º ano. São Paulo: Editora Poliedro, 2019.

 

WALSH, Catherine. Introducción. Lo pedagógico y lo decolonial: Entretejiendo caminos. In: ______. (Org.) Pedagogías decoloniales: prácticas insurgentes de resistir, (re)existir y (re)vivir Tomo I. Serie Pensamiento Decolonial. Equador: Abya Yala, 2013.

 

_____. Interculturalidad y colonialidad del poder. Un pensamiento y posicionamiento “otro” desde la diferencia colonial. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago; ILLICH, Ivan. Sociedade sem escolas. Petrópolis: Vozes, 1982.


Texto completo: PDF