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TRAÇOS PÓS-COLONIAIS NO CONTO “TICO-TICO” DE HÉLIO SEREJO: UMA LEITURA POSSÍVEL
Anderson Ribeiro Foster

Última alteração: 16-12-2020

Resumo


Este resumo apresenta nossa proposta de estudo: uma leitura do conto “Tico-Tico”, publicado na obra Prosa Rude (1952), de Hélio Serejo, pelo viés da teoria literária pós-colonial. Buscamos reconhecer na narrativa serejeana, o quanto o sujeito dominado é afetado em suas práticas cotidianas e assim, passa a construir sua identidade com traços da ideologia do dominador. Nesse cenário, a alteridade, a outremização e o revide são aspectos que irrompem na relação em que o “Outro” confronta, domina e se apodera do “outro”. Diversas relações interpessoais como a língua, os costumes, as relações de trabalho, dentre outras, se entrelaçam e reflete na vida do indivíduo subjugado, desse modo, o sujeito dominado se inclina a construir sua identidade sob o olhar e ações do dominador. Portanto, pela e na linguagem hibrida do autor, o crioulismo, pretendemos mediante as memórias pessoais de Hélio Serejo desvendar por meio da análise de sua escrita possível inferência das marcas deixadas pelo Período Colonial. A metodologia usada é a de pesquisa bibliográfica e por se tratar de uma pesquisa de mestrado em andamento, a hipótese inicial é de que ocorra como resultado o reconhecimento do contexto histórico que dialoga com o as narrativas do autor e a identificação e a análise de elementos narrativos literários que favoreçam a presença do pós-colonial, forte e dura herança do período colonial, contribuindo dessa forma, para enfatizar os problemas do ser humano. A singularidade da biografia de Serejo revela o modo simples e humilde em que o autor concebia a vida cabocla, suas descrições vão desde atos triviais aos mais relevantes do cotidiano.


Referências


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