Tupã - Sistema Online de Apoio a Eventos do CLAEC, Latinidades - Fórum Latino-Americano de Estudos Fronteiriços

Tamanho da fonte: 
O muralismo das Brigadas Ramona Parra: Representação estética e ideológica
Aline Tona Romero Forrest

Última alteração: 14-12-2020

Resumo


Este trabalho tem como objetivo tratar da experiência muralista das Brigadas Ramona Parra no Chile, entre o final de 1960 e os primeiros anos da década seguinte. Especificamente, busca-se examinar esse fenômeno artístico em correlação com o contexto histórico que compreende o governo da Unidade popular e a construção do ideário de poder popular. Interessa-nos observar o objeto de estudo enquanto discurso plástico, através das contribuições dos estudos culturais sobre as dinâmicas de representação no mundo social e político, com foco em seu conteúdo estético e ideológico. Dessa forma, buscamos identificar os possíveis sentidos e intencionalidades na construção representativa de imaginários sociais e do novo projeto de sociedade que se visava construir. O estudo se conduz em um enfoque sociológico e historiográfico, e através da análise iconográfica e das relações de intertextualidade. A temática traz diversas reflexões acerca da relação entre arte e política: desde o uso estratégico dos muros que compõem a paisagem urbana cotidiana para construir consciência política e estimular a mobilização popular, até a construção de uma narrativa contra hegemônica e contestatária do modelo de estrutura social verticalizada. Com esta proposta de trabalho busca-se contribuir, no âmbito das ciências sociais, com a produção de conhecimento no Brasil sobre as diversas manifestações artísticas da América Latina, e destacar os alcances do campo artístico na constituição social e política dos processos históricos, através de múltiplas narrativas e visões de mundo.


Referências


BELLANGE, Ebe. El Mural como Reflejo de la Realidad Social en Chile. Santiago: LOM Ediciones y Ediciones Cesoc, 1995.

 

BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. 7ª ed.. São Paulo: Perspectiva, 2013.

 

BRITO, Eleonora Zicari Costa de. História, historiografia e representação. In: KUYUMJIAN, Marcia de M. M. & MELLO, Maria Thereza F. N.(orgs.) Os espaços da história cultural. Brasília: Paralelo 15, 2008. Pp 29-40.

 

CHARTIER, Roger. A História Cultural – Entre práticas e representações. Tradução Maria Manuela Galhardo. Lisboa/Rio de Janeiro: Difel/ Bertrand Brasil, 1990.

 

DALMÁS, Carine. As brigadas muralistas da experiência chilena: propaganda política e imaginário revolucionário. Revista História, São Paulo, v. 26, n. 2, p. 226-256, 2007.

 

FAIRCLOUGH, Norman. A dialética do discurso. Tradução de Raquel Goulart Barreto. Revista Teias, v. 11, n. 22, pp. 225-234, mai./ago. 2010.

 

GUSTAVINO, Luis; TORRES, Guillermo. Conversación con Matta – Entrevista a Roberto Matta. Araucaria de Chile. Madrid: Ediciones Michay, 12 v., n. 1, 1978. Pp. 79-103.

 

JODELET, Denise. La representación social: fenómenos, conceptos y teoría. In: MOSCOVICI, Serge (org.). Psicología social. Barcelona: Paidós, 1984. Pp. 469-493.

 

REHREN, Alfredo. La organización de la presidencia y el proceso político chileno. Revista Ciencia Política, Instituto de Ciencia Política de la Universidad Católica de Chile, v. XIX, 1998.

 

RICHARD, Nelly. Lo político en el arte: arte, política e instituciones. Revista E-misférica [online], Temática: Cultura, Derechos e Instituciones, vol. 6, n. 2, 2009. Disponível em: http://hemi.nyu.edu/hemi/en/e-misferica62/richard. Acesso em: 17 nov. 2019.

 

WINN, Peter. La Revolución Chilena. Santiago: LOM Ediciones, 2013.


Texto completo: PDF