O cenário educacional mudou desde o anúncio feito pela OMS sobre a pandemia COVID-19, que recomendou o isolamento social e consequentemente fez com todas as disciplinas sofressem a mutação para o modo on-line. Entretanto, vários questionamentos passaram a ser feitos por educadores latino-americanos, como o trabalho remoto contemplaria as disciplinas que necessitam da fisicalidade do corpo como Educação Física? Como lidar com as dificuldades do acesso de alunos/as que não possuem recursos tecnológicos? Como ficam as questões educacionais frente aos efeitos colaterais da pandemia? Portanto, nos propusemos a por meio de uma perspectiva descolonial biogeográfica fronteiriça de discussão – que compreende no Ocidente os corpos vivos, da ciência, corpos de saberes/conhecimentos ou o corpo físico inscrito sempre por uma perspectiva moderna de classificação ou no máximo pelo viés pós-moderno de biopolítica – abordaremos como tem se constituído o ensino em modo remoto sob viés de uma educação e pedagogia descolonial. Como estão sendo demarcados os corpos outros para além dos já tristemente mortos pela COVID-19, corpos latino-americanos, corpos dos sujeitos educacionais (alunos/as, professores/as), corpos silenciados pelos encontros virtuais, corpos que sofrem com as mazelas sociais: fome, violência doméstica, racismo, entre outros. Corpos que importam, corpos que sentem e que são diariamente qualificados por categorias colonial e/ou globalizante de governanças.

Palavras-Chave: Corpos; COVID-19; Descolonial; Educação.