Última alteração: 14-12-2020
Resumo
O presente trabalho busca discernir e apresentar a necessidade crítico-epistemológica de se valorar o lugar (lócus) de enunciação atravessado pela condição de vida (bios) para o enaltecimento da latinidade. Esses contrapontos se fazem urgentes visto que ainda – assiduamente – a criticidade eurocêntrica arrola o cenário acadêmico latino-americano, logo, para que as fendas culturais possam ser compreendidas e, sobretudo, apreciadas, é mister que se ancore essa discussão pelas bordas que nos involucram, ou seja, que nos perpassam epistemológica e humanamente. Nos séculos pretéritos as deixas trazidas pela colonização – eurocêntrica – ainda não foram preenchidas, pois, o ancorar epistêmico grassa suas tensões grande parte das vezes pela esteira moderna. Pensar que a enunciação crítica da América Latina precisa ser valorada é dispor que as convenções cartesianas – modernas – fiquem omissas nas contribuições que nos circundam, ou seja, para que a latinidade represente nosso polo-científico-enunciativo, nossas manifestações – esteticamente – precisam partir da visada crítica biográfica fronteiriça. Para que a latinidade venha como ancoragem epistemológica veemente é preciso emergir a partir das experivivências e de uma sensibilidade crítico-sinestésica. Os alicerces crítico-referenciais serão: Walter Mignolo, Aníbal Quijano, Enrique Dussel, Edgar Cézar Nolasco e Marcos Antônio Bessa-Oliveira cuja sustentação deste trabalho versará por disposições críticas amodernas por sensibilidades outras, ou seja, pela opção descolonial imbricada pela desobediência epistêmica.