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Literaturas para a diferença: a voz de Geovani Martins
Élida Cristina de Carvalho Castilho

Última alteração: 14-12-2020

Resumo


Este trabalho busca entender como se relaciona o linguístico e o social na (des)construção de sentidos identitários de um texto literário. Para isso, buscamos descrever e interpretar o funcionamento discursivo das falas de personagens marginalizados na Literatura Marginal Contemporânea, tendo como referência os personagens jovens e adolescentes do conto “Espiral”, segundo conto do livro “O Sol na Cabeça”, do escritor carioca Geovani Martins. Morador da favela do Vidigal, Martins traz como referência temática esse lócus de enunciação/criação/resistência, em que a escrivivência, além de legitimar um poder de fala, também contribui para a proposição de outras discursividades, outras subjetividades. Sob os pressupostos teóricos dos estudos discursivos e toda gama transdisciplinar que ele abarca, pretendemos, em diálogo próximo com os Estudos Culturais e Ciências Sociais analisar, nas condições de emergência da obra, como o autor (des)constrói discursos, memórias e identidades sobre esses personagens que, nessa narrativa e, cada vez mais na contemporaneidade, parecem reivindicar não só na voz literária, mas, sobretudo, na voz social, uma presença, que promova deslocamentos e, portanto, (re)(s)significações de uma metafísica ocidental.


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