Tupã - Sistema Online de Apoio a Eventos do CLAEC, Latinidades - Fórum Latino-Americano de Estudos Fronteiriços

Tamanho da fonte: 
A (de)colonialidade do saber: reflexões críticas sobre a regulação e a normalização da escrita acadêmica
Alexandra Batistela Ferreira, Gilmara Machado Souza

Última alteração: 14-12-2020

Resumo


Resumo

Este artigo tem como foco promover uma reflexão crítica sobre a regulação e a normalização da escrita acadêmica, elementos constituintes e constituidores da produção dos gêneros científicos. Além disso, busca problematizar o modelo eurocêntrico que se instaurou no campo e na comunidade discursiva acadêmica pelo viés da colonialidade do saber, de forma a impedir e limitar o acesso e a permanência dos que desejam pesquisar nesse meio. Acredita-se que, por meio dessas discussões, sejam compreendidos o contexto da colonialidade e os movimentos de decolonialidade do saber no espaço acadêmico; na expectativa da insurgência de uma escrita acadêmica aberta e fluida que promova e reconheça outras formas de conhecimento. Desse modo, as intenções desse estudo não residem somente no intuito de compreender os dispositivos de controle impostos à escrita acadêmica, mas, também no objetivo de oferecer uma contribuição no sentido de que se pense uma escrita autêntica e livre, portanto, mais democrática e humanizada. Para esse fim, entende-se que a análise e a construção teórica, podem servir para motivar um movimento de transformação da realidade, na qual geralmente prevalece a violência epistêmica provocada pela rigidez e pela fixidez de padrões impostos à escrita acadêmica, para uma nova práxis.

Palavras-chave: Escrita acadêmica; Campo e comunidade acadêmica; Regulação e normalização; Colonialidade do saber; Decolonialidade e insurgência.

Resumen

Este artículo se centra en promover una reflexión crítica sobre la regulación y normalización de la escritura académica, elementos constitutivos y constituyentes de la producción de géneros científicos. Además, busca problematizar el modelo eurocéntrico que se instauró en el campo y en la comunidad discursiva académica a través del sesgo de la colonialidad del conocimiento, a fin de prevenir y limitar el acceso y permanencia de quienes deseen investigar en este entorno. Se cree que, a través de estas discusiones se comprende el contexto de la colonialidad y los movimientos de descolonialidad del conocimiento en el espacio académico; en la expectativa de la insurgencia de una escritura académica abierta y fluida que promueva y reconozca otras formas de conocimiento. De esta forma, las intenciones de este estudio no residen solo en comprender los dispositivos de control impuestos a la escritura académica, sino también en el objetivo de ofrecer un aporte para pensar en una escritura auténtica y libre, por tanto, más democrática y humanizada. A tal efecto, se entiende que el análisis y la construcción teórica puede servir para motivar un movimiento de transformación de la realidad, en el que prevalezca la violencia epistémica generalmente provocada por la rigidez y la fijación de estándares impuestos a la escritura académica, para una nueva praxis.

Palabras clave: Escritura académica; Campo y comunidad académica; Regulación y estandarización; Colonialidad del conocimiento; Descolonialidad e insurgencia.


Referências


BALLESTRIN, Luciana. América Latina e o giro decolonial. Revista brasileira de ciência política, n. 11, p. 89-117, 2013.

 

BOURDIEU, P. Razões práticas: sobre a teoria da ação. Campinas: Papirus, 1996.

 

BOURDIEU, Pierre. O campo político. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 5, p. 193-216, 2011.

 

LARROSA, Jorge. O ensaio e a escrita acadêmica. Educação & Realidade, v. 28, n. 2, 2003.

 

LIMA. Sostenes Cezar.; LIMA, Priscila. M. R. Decolonialidades e insurgências nas práticas discursivas acadêmicas [Projeto de Pesquisa]. Anápolis: Universidade Estadual de Goiás, 2019.

 

MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 21. ed.  Petrópolis: Editora Vozes, 2002.

 

NASCIMENTO, André Marques. Geopolíticas de escrita acadêmica em zonas de contato: problematizando representações e práticas de estudantes indígenas. Trabalhos em Linguística Aplicada, v. 53, n. 2, p. 267-297, 2014.

 

RIOLFI, Claudia Rosa; ANDRADE, Emary. Ensinar a escrever texto acadêmico: as múltiplas funções do orientador. Trabalhos em Linguística Aplicada, v. 48, n. 1, p. 99-118, 2009.

 

SOUZA, Naiara Cristina Santos de; NASCIMENTO, André Marques do. Apontamentos críticos sobre a colonialidade do saber: em defesa da pluralidade na construção do conhecimento. Articulando e Construindo Saberes, v. 3, n. 1, 2018.


Texto completo: PDF