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Desenvolvimento da improvisação brasileira: entre a imitação e a subversão
Ramón Del Pino

Última alteração: 14-12-2020

Resumo


O objetivo deste trabalho é apresentar a improvisação brasileira enquanto uma prática estética fronteiriça estabelecida a partir de processos de imitação e subversão de padrões musicais hegemônicos. Essas noções, discutidas em Quijano (1998), contribuíram para a compreensão do modo como práticas musicais subalternas alcançam autonomia estética, sustentadas por subversões de práticas musicais. Discorro sobre o processo de constituição do gênero musical choro, como modelo do processo de imitação e subversão para, em seguida, apresentar percurso semelhante no desenvolvimento da improvisação brasileira. A partir desse processo de imitação e subversão de práticas hegemônicas foi possível observar o desenvolvimento de uma prática improvisatória autônoma e distanciada de suas matrizes musicais, sem apagar seus traços estéticos, mas os subvertendo continuamente.

Referências


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