Última alteração: 14-12-2020
Resumo
Este trabalho é um convite para refletir sobre as formas de diálogo entre grupos indígenas e não-indígenas nos sertões meridionais em meados do século XIX. Para tanto, selecionou-se um conjunto de fontes produzidas por dois sertanistas que percorreram as rotas terrestres e fluviais que ligavam Curitiba ao Baixo Paraguai, cujo intuito era mapear, descrever e catalogar as formas, as paisagens e as gentes que viviam e circulavam por estes espaços. Mais tarde, as narrativas de Joaquim Francisco Lopes e John Henry Elliot foram publicadas na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, intituladas como “Jornadas Meridionais”, as quais, dentre outras coisas, apresentavam um mosaico de experiências tecidas com os grupos indígenas, sendo este, o foco desta análise. Dito isso, pretende-se discorrer sobre o modo como eles utilizavam a doação de brindes como estratégia de sedução e persuasão aos nativos, como também, a maneira como era representada a recepção indígena. Isto é, a discussão que objetiva-se fomentar está vinculada a olhar este processo histórico muito além de uma doação ou troca de objetos, pois entende-se que as narrativas refletem um contexto de possíveis diálogos entre mundos distintos e táticas que serviam enquanto ponte para cruzar e mediar um universo cultural ao outro. Para o aporte teórico contar-se-á com Paiva (2003), Henrique (2017), Oliveira (2018), entre outros.
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