Tupã - Sistema Online de Apoio a Eventos do CLAEC, Latinidades - Fórum Latino-Americano de Estudos Fronteiriços

Tamanho da fonte: 
Sangramento poético: o corpo feminino como resistência em Sangria
Pilar Lago e Lousa

Última alteração: 14-12-2020

Resumo


Pensar a história do Brasil pela perspectiva de um útero, como num ciclo menstrual, é a proposta ousada que Luiza Romão nos apresenta em seu segundo livro, Sangria (2017: Selo do Burro). São vinte e oito poemas que deflagram as múltiplas violências que acometem as mulheres. Sob a ótica da perspectiva decolonial, a poeta entrelaça raça, gênero e classe para descontruir mitos, tabus e estereótipos que têm ao longo de nossa história colocado a mulher no lugar do outro, do abjeto. Partindo do corpo feminino, são reveladas as fraturas e fendas de uma sociedade cujas práticas machistas e racistas tem ceifado vidas diariamente. Sangria é um grito que rompe silêncios e modula discursos contra hegemônicos, alinhando a literatura à uma demanda social de mulheres por reconhecimento e escuta. Esta comunicação oral tem como proposta analisar fazer a leitura e análise de alguns poemas de Sangria sob a perspectiva da teoria crítica feminista e evidenciar de que maneira a literatura é colocada em debate para se caracterizar como ferramenta de transformação social. Utilizaremos as chaves teóricas dos estudos de gênero e dos estudos decoloniais, bem como o arcabouço teórico de autoras como: Ana Maria Colling, Guacira Louro; Ochy Curiel; Sueli Carneiro; e Yuderkis Miñoso.


Referências


CARNEIRO, S. Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero. In: HOLLANDA, Heloisa Buarque de (Org.). Pensamento feminista: conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do tempo, 2019a, p. 313-321. (Capítulo de Livro)

COLLING, A. M. Tempos diferentes, discursos iguais: a construção do corpo feminino na história. Dourados: Ed. UFGD, 2014. (Obra Completa)

CURIEL, Ochy. Construindo metodologias feministas a partir do feminismo decolonial. In: HOLLANDA, Heloisa Buarque de (Org.). Pensamento feminista hoje: perspectivas decoloniais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2020. Edição do Kindle. (Capítulo de Livro).

FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. Violência doméstica durante a pandemia de COVIC 12. Ed. 2. Disponível em: https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2020/06/violencia-domestica-covid-19-ed02-v5.pdf. Acesso em 13 ago. 2020.

KRENAK, A. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. Edição do Kindle. (Obra Completa).

LOURO, G. L. Pedagogias da sexualidade. ______ (org.). In: O corpo educado: Pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2019. (Capítulo de Livro)

MIÑOSO, Y. E. Fazendo uma genealogia da experiência: o método rumo a uma crítica da colonialidade da razão feminista a partir da experiência histórica na América Latina. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de. Pensamento feminista hoje: perspectivas decoloniais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2020. Edição do Kindle. (Capítulo de Livro)

ROMÃO, L. Sangria. São Paulo: Selo do Burro, 2017. (Obra Completa)


Texto completo: PDF