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Capitães de Areia e Terceirização da Ascese: das prisões ao trapiche
Henrique Palmeira Dias De Souza, Marcos Queiroz

Última alteração: 14-12-2020

Resumo


O artigo se vale do termo “tercerização da ascese” para compreender como se entrelaçam as formas de punição, a ética religiosa e o capitalismo na formação brasileira. Tal termo se refere à expiação da culpa cristã para um outro, em geral um subalterno. Para realizar a análise, será utilizado o livro Capitães de Areia, de Jorge Amado, publicado em 1937, o qual será chave teórica em dois sentidos. Primeiramente, a narrativa da história permite compreender o processo de modernização brasileira e de emergência da sociedade de classes, atravessada pela experiência do racismo e do passado escravista. Segundo: a moral estética do livro é ferramenta para entender as características da ética cristã no Brasil. Com isso, objetiva-se compreender como a ética religiosa calibra historicamente uma sociedade, ao mesmo tempo, cristã e ávida pela desumanização do outro.

Referências



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