Tupã - Sistema Online de Apoio a Eventos do CLAEC, Latinidades - Fórum Latino-Americano de Estudos Fronteiriços

Tamanho da fonte: 
‘Tempo de nos aquilombar’ : facetas da insubordinação e elogio às marronagens na obra Nègre marron, de Raphaël Confiant
Vanessa da Rocha

Última alteração: 14-12-2020

Resumo


Esta comunicação privilegia a obra Nègre marron, de Raphaël Confiant, para estudar a figura legendária do “marron”, correspondente em francês do “quilombola” brasileiro e a experiência da “marronagem”. Publicada em 2006 e ainda sem publicação em português, a narrativa contempla cinco homens marrons, cada um exemplificando a insubordinação, a rebeldia e a verve da insurgência ao poder constituído em diferentes épocas na ilha da Martinica. Quatro deles se inscrevem no período colonial : Salomon em 1687, data da chegada dos primeiros escravizados africanos, Samuel em 1792, ano do início do período republicano na França metropolitana, Samson em 1841, época da Abolição da escravatura e Siméon em 1936, período das greves. O período pós-colonial é retratado a partir de Simao em 1978, época das drives folles (deambulações enlouquecidas). Assim, analisamos a fuga e suas metáforas para a constituição de identidades insurgentes que celebram a liberdade e a resistência como palavras de ordem vitais a despeito das violências e das armadilhas do espírito (pós)colonial.


Referências


ADICHIE, Chimamanda. O perigo da história única. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2019.

 

BASTIDE, Roger. Nègres marrons et nègres libres. In: Annales. Economies, sociétés, civilisations. 20ᵉ année, N. 1, 1965. p. 169-174;

BERNABE, Jean, CHAMOISEAU, Patrick, CONFIANT Rapahël. Éloge de la créolité. Paris : Gallimard, 1989.

BERNARDINO-COSTA, Joaze. Saberes subalternos e decolonialidade. Brasília: editora UnB, 2015.

 

BONNET, Véronique. Le marron : légataire et arpenteur de la trace In De l’exil à l’errance: écriture et quête d’appartenance dans ça littérature contemporaine des Petites Antiles anglophones et francophones, 1997, p. 121-129.

 

BONNICI, Thomas. Introdução ao estudo das literaturas pós-coloniais. Bauru: Mimesis, 1998, p. 7-23.

 

______________. O pós-colonialismo e a literatura – estratégias de leitura. Maringá: EDUEM, 2012.

 

CAHEN, Michel. Para além do pós(-)colonial. São Paulo : Alameda, 2018.

 

CESAIRE, Aimé. Discours sur le colonialisme. Paris: Présence Africaine, 2015.

CHAMOISEAU, Patrick. Écrire en pays dominé. Paris : Gallimard, 1997.

 

CHAMOISEAU, Patrick. L’esclavage: quelle influence sur notre poétique ?, https://www.facebook.com/ notes/patrick-chamoiseau/patrick-chamoiseau-lesclavage-quelle-influence-sur-notre-poetique-/10154280554678791. Acesso em 07.Abril.2016, 2016.

CONFIANT, Raphaël. Chronique du temps présent - Du conteur créole au marqueur de parole. In Potomitan. Disponible sur : http://www.potomitan.info/confiant/conteur.php, 2008.

CHAMOISEAU, Patrick & CONFIANT, Raphaël. Lettres créoles. Paris : Gallimard, 1999.

CONFIANT, Raphaël. Nègre marron. Paris: Écriture, 2006.

DAMATO, Diva. Édouard Glissant:Poética e política. São Paulo : Annablume, 1995.

 

EVARISTO, Conceição. É tempo de nos aquilombar. https://oglobo.globo.com/cultura/em-textos-ineditos-escritores-expressam-desejos-para-2020-1-24165702, 2020.

 

FIGUEIREDO, Eurídice. Construções de identidades pós-coloniais na literatura antilhana. Niterói : EdUFF, 1998.

DUMONT, Jacques et alii. La place du marronnage et du « nèg mawon »
dans les commémorations de l’esclavage aux Antilles depuis 1948. Société marronnes des AmériquesMémoires, patrimoines, identités et histoire du XVIIe au XXe siècles. Matoury, Guyane: IBIS ROUGE EDITIONS, 2015, p. 663-678.

GLISSANT, Edouard. Le discours antillais. Paris : Gallimard, 1977.

 

JACQUOT, Jocelyne. Historiographie du marronnage à la Martinique : de l’objet de polémique au sujet d’étude. Revue Érudit. Numéro 116-117-118, 1998.

 

KILOMBA, Grada. Memórias da plantação. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.

 

LE CODE NOIR. http://sitecon.free.fr/Data/PDF/Le_Code_noir.pdf.

MATSUI, Hiroshi. Le marronnage reconsidere dans L’esclave vieil homme et le molosse de Patrick Chamoiseau  ICU Comparative Culture No.43, 2011. pp. 213-238.


MEMMI, Albert. Portrait du colonisé précédé de portrait du colonisateur. Paris : Folio, 1985.

 

MÉNIL, Alain. Créolisation et créolité. Les voies de la créolisation : essai sur Édouard Glissant. Paris: De l’incidence éditeur, 2011.

PATTANO, Luigia. Entretien avec Raphaël Confiant, 2011.

PUIG, Steve. Le marronnage en tant que moyen de résistance dans le film Nèg Maron. Il Tolomeo, vol 19, 2017, p.179-192.

RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala ? Belo Horizonte: Letramento, 2017.

ROCHA, Vanessa. Paroles d’antan et devoir de mémoire dans Le Quatrième siècle, d’Édouard Glissant. Revista Matraga, vol. 26, 2019, p. 594-615.

SACRÉ, Sébastien. Marron, quimboiseur et l’isolement magique dans la nature  In Spiritualité et réalisme merveilleux dans la littérature antillaise : la (re)construction d’une identité, 2010, p. 332-347.




Texto completo: PDF