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A construção de identidades étnicas e políticas na experiência da Escuela-Ayllu de Warisata (1931-1940)
Bruno Azambuja Araujo

Última alteração: 14-12-2020

Resumo


A Escuela-Ayllu de Warisata foi uma experiência de educação indígena ocorrida no altiplano boliviano entre os anos de 1931-1940. Durante seus anos de concepção e desenvolvimento pleiteou o papel de modelo a ser seguido em diferentes locais da própria Bolívia e até mesmo em outros países da América Latina, ficando na história como um grande marco de resistência a um modelo de educação dito assimilacionista. Estudos recentes divergem desta visão e colocam esta experiência como continuidade de uma concepção liberal de educação indígena preponderante na intelectualidade indigenista da época e também dentro do estado boliviano. Esta, apesar de valorizar a cultura indígena como fundante nas nações latino americanas, tentava integrá-la numa concepção progressista e moderna que viria, em última instância, a superar a condição de atraso indígena, conferindo a ele uma identidade campesina ligada à produção rural. A partir dos escritos de Elizardo Pérez, um dos fundadores da escola, e outras fontes secundárias, observaremos em que medida essa aparente contrariedade de visões constituiu, na trajetória da escola, uma experiência de encontro de epistemologias onde o protagonismo das comunidades indígenas se traduziu na construção de novos atores sociais dentro desse ambiente em disputa. Para a compreensão dessa destacada experiência de educação indígena, mobilizamos os conceitos de identidade étnica e identidade em política.


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