Este trabalho tem como objetivo investigar alguns aspectos do imaginário da cidade de Campo Grande (MS) a partir das imagens visuais produzidas, reproduzidas e compartilhadas no ambiente digital da rede social Instagram pelos habitantes da cidade. Utiliza como premissas a concepção de que imagens são representações da consciência ou do conhecimento que se tem a respeito de uma realidade ou de um objeto; e de que as cidades são projeções no espaço das práticas sociais, atuando como uma fonte de informações, de significados e de mediação da realidade em que seus habitantes encontram-se inscritos. Para o desenvolvimento deste trabalho foram escolhidos dois perfis da rede social Instagram cujo conteúdo compartilhado focaliza sobretudo em interpretações do cotidiano e da experiencia da cidade, “@passeandoemcampogrande” e “@campograndemilgrau”. A coleta de dados se deu de abril a dezembro de 2019 e foram analisadas 4909 postagens feitas por estes perfis. Os dados permitem observar que a cidade e as suas imagens não se refletem de maneira idêntica pois são investidas de significados que supõe uma escolha de aspectos particulares registrados para a construção das imagens, indício desses próprios significados. O imaginário construído a partir destas representações enunciam um distanciamento entre as imagens produzidas e as dimensão vividas e percebidas do espaço pela audiência consumidora e reprodutora deste imaginário que verifica-se ser marcado por uma espécie de colonialidade modernizadora expressa pela imitação ou reprodução de modelos e referências urbanas e urbanísticas estrangeiras e importadas que trazem consigo uma visão do modo de vida funcional e universalizado em que as cidades europeias e norte-americanas são vistas como objetivo ou meta de progresso e desenvolvimento a serem  alcançados por Campo Grande.