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Memória e decolonialidade na poética de Conceição Evaristo
Ernani Hermes

Última alteração: 15-12-2020

Resumo


A Literatura Brasileira contemporânea constitui-se como um campo discursivo plural e heterogêneo do qual emergem vozes subalternizadas historicamente pelo poder colonial. Nesse cenário, destaca-se a obra de Conceição Evaristo que, em seu fazer literário, vocaliza as vivências da mulher negra periférica projetada como “escrevivência”, isto é, a articulação da experiência vivida pela escritora e o seu grupo social na escrita literária. Ao partir desse contexto, tomo como objeto de estudo alguns poemas de Conceição, “Recordar é preciso”, “Vozes-mulheres” e “Certidão de óbito”, reunidos no livro Poemas de recordação e outros movimentos (2017). Para a análise, objetivo investigar as figurações da memória operadas pelo eu-lírico no resgate da matéria vivida e entender esse processo à luz da decolonialidade. Desse modo, procuro base teórica sobre memória em Paul Ricoeur; ainda, para tratar da decolonialidade, recorro a Walter Mignolo, Aníbal Quijano e Edward Said.


Referências


Confira os 10 melhores poemas de Conceição Evaristo. Disponível em: <http://notaterapia.com.br/2019/11/05/confira-os-10-melhores-poemas-de-conceicao-evaristo/>. 2019. Acesso em 22/07/2020.

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