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AS VÉSPERAS ESQUECIDAS DE MARIA ISABEL BARRENO: UMA NARRATIVA PARA LEMBRAR O 25 DE ABRIL DE 1974
Gabriela Silva

Última alteração: 27-12-2018

Resumo


Publicado em 1999, As vésperas esquecidas, de Maria Isabel Barreno, compõe o conjunto de narrativas breves lançado pela Editora Caminho para assinalar o 25º aniversário da Revolução dos Cravos. Os textos abordam de diferentes maneiras a data singular da história portuguesa, através de personagens e situações que aproximam a vida cotidiana dos portugueses ao revolução que destituiu a ditadura.  Maria Isabel Barreno, consagrada por ser uma das vozes das Novas Cartas Portuguesas (escritas com Maria Tereza Horta e Maria Velho da Costa e que se constitui como narrativa de resistência) constrói uma narrativa demarcada pela tênue fronteira da história e da literatura. Bárbara, Silvestre e Constantino interseccionam suas narrativas particulares à história portuguesa. Às vésperas da revolução de 1974, as personagens oscilam entre as memórias de um passado de sonho e o presente marcado pela ditadura e as guerras coloniais. Alegorias da revolução como os cravos e as papoulas, o povo que saia às ruas e a ansiedade pelo novo tempo que haveria de surgir misturam-se às singularidades de cada personagem. Ultima revolução de esquerda no século XX na Europa, a Revolução dos Cravos é um marco na construção da identidade portuguesa de libertação e marca indelével da democracia e por isso tantas vezes revisitada na literatura, em construções ficcionais que apoiam-se nas mais variadas formas e vozes narrativas para abordar a resistência e a liberdade do povo português. O presente trabalho procura compreender a construção das personagens de Maria Isabel Barreno e a sua relação com a história e com a premissa de uma nova ordem social e política em Portugal a partir da destituição da ditadura.


Palavras-chave


Literatura portuguesa do século XX; Revolução dos Cravos; narrativas de resistência.

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