Tupã - Sistema Online de Apoio a Eventos do CLAEC, I Encontro de Estudos Fronteiriços: línguas e literaturas na fronteira

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TRADUÇÃO E IDENTIDADES REGIONAIS DE ARREGUI E FARACO
Bruna Ussandizaga Neves Araujo

Última alteração: 27-12-2018

Resumo


Motivado em organizar uma publicação de contos de Mario Arregui no Brasil, Sergio Faraco estabeleceu correspondências com o escritor uruguaio, contato que durou de 1981 até a morte de Arregui, em 1985. Nesse diálogo, os autores perceberam aproximações que os faziam conterrâneos de uma mesma “nação pampiana”, constituída por uma cultura fronteiriça. Mesmo assim, regionalismos e oralidades presentes nos textos em espanhol exigiram uma série de recriações por parte de Faraco. As interferências estabelecidas pelo tradutor são o foco das observações aqui propostas, uma vez que há mudanças profundas, chegando a suprimir passagens ou até a alterar títulos. Segundo teóricos da tradução, como Rosemary Arrojo, uma tradução não é neutra, pois as “deformações” revelam interpretações e evidenciam instabilidades, ou multiplicidades, do texto de partida. Por outro lado, as traduções para o português realizadas por Faraco também possuem incorporações da língua espanhola, o que resulta em narrativas que demonstram um sistema cultural amplo, conforme considerações feitas por Gideon Toury. Portanto, o movimento fronteiriço da tradução, que transita entre violação e respeito às formas do texto literário de Arregui, será analisado neste trabalho, apontando relações de transcriações, segundo definições de Haroldo de Campos.


Palavras-chave


fronteira; tradução; transcriação

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