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LAS MUJERES DE LOS SABERES: ESCREVIVÊNCIAS NEGRAS NA COMARCA DO PAMPA
Liliam Ramos da Silva

Última alteração: 04-01-2019

Resumo


Angel Rama (1982), ao analisar os processos culturais em desenvolvimento na América Latina e pensar os espaços culturais formados através dos contatos entre diferentes povos, propõe o conceito de comarca cultural e afirma que, no subcontinente, haveria pelo menos quatro comarcas: caribenha, andina, amazônica e do pampa. Na acepção de Panitz (2010), define-se comarca do pampa a partir da produção e circulação de material cultural pela região caracterizada pelo bioma (vasto horizonte, vegetação de pequeno porte), clima frio, compartilhamento do mate, ritmo da milonga, imigração europeia como política social de branqueamento da população, localização distante dos grandes centros políticos, econômicos e culturais, entre outros exemplos. Já o pesquisador Jérome Branche (2003), que também tem uma proposta de América Latina integrada culturalmente, ao refletir sobre quando, onde e como surgiria uma consciência negra latino-americana, apresenta o conceito de malungaje, uma aproximação de solidariedade e afeto entre pessoas negras frutos da diáspora forçada pelo tráfico negreiro e pela exploração desumana de pessoas escravizadas. Para exemplificar a malungaje na comarca do pampa, esta discussão analisa duas antologias de poemas de escritores/as negros/as que publicaram suas escrevivências (EVARISTO, 2016) neste mesmo território e, curiosamente, no mesmo ano – 2016: Pretessência, do grupo Sopapo Poético de Porto Alegre/RS e Tinta. Poetas afrodescendientes, promovido pelo MIDES – Ministerio de Desarrollo Social do Uruguai. A partir do poema La mujer de los saberes, de Graciela Leguizamón, propõe-se uma discussão sobre os saberes das mulheres negras do pampa no que tange a questões de consciência negra, contexto histórico, religiosidade, memória ancestral e sexualidade.


Palavras-chave


Poetas negras. Pretessência. Tinta, poetas afrodescendientes

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